16 de dezembro de 2011

Cotopaxi e Quilotoa


0° 40′ S 78° 26 W

Eu já tinha desistido de falar sobre os vulcões no Equador.

Apesar de serem maravilhas da natureza, com toda sua imponência e beleza, dificilmente viajantes comuns conseguem, em suas rápidas visitas, aproveitarem tudo o que eles têm a oferecer.

Como já falei anteriormente, aonde tem vulcão, tem chuva, frio e vento.

O clima se não for o pior de todos, ainda pra piorar é constante o ano todo.

Não tem época boa para se conhecer um vulcão, pelo menos aqui no Equador.
Costumo dizer que não é azar pegar um tempo ruim na região em questão, é sorte, muita sorte encontrar um ambiente apropriado para esta aventura nas alturas. E põem altura nisso!

Isso quer dizer: zero chuva, pouquíssimas nuvens, céu azul, visibilidade total, de sua base ao cume, sol, menos frio e pouco vento!

Eu tive esta sorte neste último fim de semana. Afinal estou vivendo no Equador já faz seis meses, olha que sortuda que eu sou?!, até que enfim um fim de semana daqueles! Rss

O Equador não tem estações definidas como primavera ou verão. Aqui eles falam que tem a época das secas e a época de chuvas.

Atualmente estamos começando a época das chuvas (digo isto para a Cordilheira dos Andes, aonde se localiza Quito e todos os vulcões). Na costa o clima já é todo diferente.

Voltando...Quando acordei sábado passado, o céu estava azul, conseguia ver o Cotopaxi da janela do meu quarto, depois de longas semanas sem nem mesmo ver “sua sombra”. O tempo aqui estava horroroso, e este fim de semana foi um presente.

Oito da manha, em ponto, partirmos em direção ao sul, destino Parque Nacional do Cotopaxi.

A viagem já foi um presente maravilhoso!

Apesar de sua altura de 5897metros nunca conseguimos avistá-lo, durante todo o tempo, na estrada mesmo, e olha que o vulcão esta localizado apenas 75km de Quito (super pertinho!!!).

Já fizemos muitas viagens próximos a região e nunca, nunca mesmo, conseguimos avistá-lo com tanta clareza e perfeição.

Ele é realmente lindo, perfeito. 

Daqueles vulcões que conhecemos de filmes e desenhos. Com aquela forma piramidal, com seu cube em neve. Incrível!




Após entrar no parque nacional, podemos subir de carro até a altura de 4500 metros. Depois disso, só a pé até o refugio mais próximo a 4800 metros (aonde começa a neve!).




A partir daí só com equipamento para escalar, com muita preparação e sempre com guia a tira colo. Dizem que esta experiencia só é permitida de madrugada, devido a neve, pois pode derreter durante o dia... Muito perigoso!

Subir a pé estes 300 metros já é difícil à beça. Falta tudo: mais casaco (é mto frio!), condicionamento físico e principalmente AR.

Fazer qualquer tipo de exercício, mesmo que apenas uma caminhada (vale lembrar BEM ÍNGRIME), a esta altura, é super complicado.

De qualquer forma, visitar o Cotopaxi vale a pena. Nem que seja para chegar a sua base e tirar fotos, muitas fotos!

Agente tentou subir até o refugio, mas não rolou! Mesmo com este clima perfeito. Não é mole, viu!! Até mesmo pra agente que esta acostumado com a altitude!

Existe outro vulcão muito conhecido aqui no Equador próximo a região do Cotopaxi, que se chama Quilotoa.

A mais ou menos uma hora e meia de carro do Cotopaxi.

Quilotoa é um vulcão inativo de 3880 metros de altura. Sua cratera tem 3 km de diâmetro, aonde ao invés de lavas vulcânicas, ou neve, encontramos um lago de água azul turquesa, lindo!

Neste caso, já chegamos de carro até seu cume. A vista é de cima para baixo.




Vale a visita, mas não vá achando que é fácil chegar lá.

A estrada não é a das melhores (lembre-se que estamos no meio dos Andes), e se você não esta de carro, esqueça!




Depender de transporte como trem ou ônibus, vai te tomar muito tempo... E muitos nervos! Tudo por aqui é muito precário principalmente o transporte público.

Agora já de carro, aproveite a aventura, inclusive a difícil missão de se achar. Não existe quase nenhuma placa de indicação, e a estrada em direção ao Quilotoa começa dentro de uma cidadezinha que se chama Latacunga.

Boa sorte!

Tem mais uma coisa. É quase um pedido pessoal.

Quando chegarem ao Quilotoa, o bacana é descer a pé, até beira de sua lagoa. (não é obrigatório, mas faz parte do passeio). Lá em baixo, se pode alugar um barquinho, ou fazer uma caminha em toda sua extensão.

A vista é linda e descer é fácil, né?!

Agora não se esqueça que terá que voltar e subir, apesar de não ser tão difícil como a subida em outros vulcões, é uma subida considerável, então prepare-se!

Fôlego e calma! Suba devagar e com cuidado!

Lá pelo menos não é frio, não venta e a altura é razoável (ui!).

Agora o pedido pessoal: eles colocam uns burrinhos a disposição para aluguel na subida de volta.

Por favor, não aluguem este serviço tão cruel!

Os burrinhos podem estar mais do que acostumados a subir e descer este trajeto, mas eu acho uma grande crueldade colocar uma, duas três pessoas (isso mesmo, é sem noção!) nas costas desses animais.

Se você teve coragem e saúde para descer, tem o dever de subir por suas próprias pernas.

É cansativo, falta preparo, é um programa para se fazer uma vez na vida, e só.

Porém aproveite esta aventura por inteiro. O lado bom e o ruim (nem é tão ruim assim!). Faz parte!

Nada de crueldade com os animais, seja lá qual for.

Os equatorianos não têm o menor respeito com os animais.

No caso destes burrinhos, muitas vezes carregam uma família inteira nas costas, de uma só vez, chegam a parar e ajoelhar muitas vezes durante o trajeto de volta (subida!). É RIDICULO!

Chega a ser revoltante!

Então aventureiro, faça a sua parte, nada de “burro de carga!”

Se descer, suba sem ajuda!

De qualquer forma o programa é imperdível.

A vista é linda mesmo! E super diferente!

Definitivamente conhecer esses vulcões é o ponto alto (literalmente!) de qualquer viagem ao Equador.

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